segunda-feira, 21 de novembro de 2011

9 termos científicos que vieram da ficção

Sabemos que muitos inventos e conquistas científicas da humanidade foram especulados, anteriormente, em livros de ficção científica. Nesse caso, o escritor francês Júlio Verne, considerado como o pai desse tipo de literatura, é um dos exemplos mais promissores que poderíamos citar.

Em seus livros, Verne descreveu as viagens aéreas, espaciais e submarinas muito antes de termos a tecnologia necessária para elas. Além disso, o autor de “Viagem ao Centro da Terra” também antecipou diversas invenções, como submarino elétrico, telejornal, vela solar, videoconferência, arma taser e módulos lunares.

Verne é apenas um exemplo de uma série de escritores que inspiraram o homem moderno a romper limitações tecnológicas ou científicas. E já que livros são compostos por palavras, pela manipulação da linguagem, fica fácil entender por que os autores de ficção científica às vezes precisam criar termos e expressões para contar suas histórias.

Mais interessante ainda é o fato de que boa parte dessas criações linguísticas ultrapassaram as barreiras da ficção e passaram a ser usadas pelo mundo real, sendo hoje utilizadas normalmente por cientistas, engenheiros e outros profissionais. Preparamos, então, uma lista de algumas palavras famosas que surgiram dessa maneira. Como você perceberá, algumas delas são muito comuns entre nerds e geeks.



Ciberespaço



O termo define o espaço imaginário onde se encontram as informações trocadas de maneira virtual, isso é, sem a presença física das pessoas, como é a internet e os dados enviados e recebidos por computadores.

Apesar de o termo ter caído no gosto popular e hoje figurar nas manchetes dos jornais, ele foi criado pelo escritor norte-americano William Gibson. De acordo com o dicionário “Brave New Words: The Oxford Dictionary of Science Fiction”, a menção mais antiga do termo foi feita por Gibson no livro “Burning Chrome”, de 1982.

Porém, a referência mais popular ao uso da palavra veio por do romance “Neuromancer”, escrito por Gibson em 1984. Esse livro também é uma das fontes que serviram de inspiração para os irmãos Wachowski durante a criação do filme “Matrix”.



Robô e suas derivações



Essa é a mais famosa das palavras que surgiram nos livros de ficção científica. E nem por isso ela deixa de ser especial: é, provavelmente, a única palavra desse gênero que foi usada, pela primeira vez, em uma peça de teatro.

Karel Čapek, um dos escritores tchecos mais influentes do século XX, criou o termo a partir da palavra “robota”, que em sua língua nativa quer dizer “trabalho forçado”. A palavra fez sua estreia na peça R.U.R., de 1920, para descrever seres biológicos criados artificialmente para a realização de trabalhos considerados como inferiores.

Já as palavras "robótica" e "roboticista" (aquele que cria e programa robôs) foram criadas por Isaac Asimov, autor de sucessos como “Eu, Robô” e “Fundação”. Em 1960, a palavra "robot" (robô, em inglês) começou a ser usada em sua forma abreviada: "bot".



Engenharia Genética



A primeira aparição do termo “Engenharia Genética” é de 1951, do livro Dragon’s Island (Ilha do Dragão), do escritor norte-americano Jack Williamson. Mais tarde, em 1972, a expressão foi usada, entre aspas, pelo jornal New York Times. Apenas para constar, os primeiros organismos modificados geneticamente são de 1973 (bactérias) e 1974 (camundongos).

Já a primeira menção do termo que define o profissional dessa área de estudo, o engenheiro genético, foi feita pelo também escritor norte-americano Poul Anderson, em 1954, na revista “Astounding Science Fiction”.



Vírus de computadores


Por essa poucos esperavam: a palavra "vírus", no sentido de ser usado para definir os programas de computadores capazes de se autorreplicar e danificar sistemas computacionais, também veio da ficção científica.

O primeiro uso do termo nesse sentido é de 1972, e foi escrito pelo autor David Gerrold no livro “When HARLIE Was One”. Além de ter escrito uma obra extensa, Gerrold também foi o responsável pelo roteiro de muitos episódios da série Jornada nas Estrelas.

Já a palavra "worm", também usada para descrever as pragas virtuais, teve sua estreia em 1975, no livro “Shockwave Rider”, de John Brunner. Na imprensa, a palavra só foi aparecer em 1980, nas páginas do jornal New York Times.


Cadete espacial


Em inglês, a expressão "space cadet" (cadete espacial) é usada, nos dias de hoje, para se referir a uma pessoa distraída ou boba, que costumamos chamar em português de “cabeça de vento”. Mas em 1948, quando o termo foi usado pela primeira vez, space cadet descrevia uma espécie de ajudante de astronauta. Não foi à toa que o escritor Robert A. Heinlein escolheu a expressão como título de seu livro que contava a história de um garoto que parte em uma missão espacial para ajudar a preservar a paz no sistema solar.

Dispositivo de invisibilidade


Essa é mais uma contribuição vinda da série Jornada nas Estrelas. A expressão "cloaking device" (dispositivo de invisibilidade) apareceu, pela primeira vez, em 1968, no episódio “The Enterprise Incident”, escrito pela roteirista D.C. Fontana. Tecnologias similares à usada pela nave Frota Estelar têm sido utilizadas em veículos militares, como os aviões Stealth.

Webcast
Webcast é a transmissão de músicas, shows e outros conteúdos via streaming pela internet ou redes corporativas. O termo, popular nos dias de hoje, não é muito antigo. A primeira aparição da palavra data de 1987 e foi empregada pelo escritor Daniel Keys Moran, no livro The Armageddon Blues.


Nave espacial



Conhecidas em inglês como spaceships, as naves espaciais são veículos usados para viajar pelo espaço sideral. O primeiro registro escrito dessa palavra é de 1894 e foi feito pelo norte-americano John Jacob Astor IV, no livro “A Journey in Other Worlds” (“Uma viagem por outros mundos”, em tradução livre).

O autor foi um dos passageiros do lendário navio Titanic, naufragado em 15 de abril de 1912 depois de colidir com um iceberg. Astor foi uma das muitas vítimas do acidente.


Traje espacial


A palavra que descreve, em inglês, o traje utilizado pelos astronautas durante as missões espaciais, também apareceu pela primeira vez nas páginas de uma publicação especializada em Ficção Científica. Mais precisamente, o termo "spacesuit" (traje espacial) fez sua estreia em uma edição de 1929, sendo que a revista circulou até 1955.

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Gostou de conhecer a “origem” de algumas das palavras usadas hoje em dia? Pois saiba que o mesmo processo pode estar acontecendo agora, com autores de ficção científica criando termos que só cairão no uso geral daqui a muitos anos. Só nos resta ficar de olho na produção literária contemporânea para tentarmos “prever” o que é que vem por aí.

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